18/02/2010
Com o objetivo de fornecer informações aos pais e alunos da rede de
ensino de Florianópolis, o MObfloripa preparou uma reportagem especial
sobre mobilidade, trânsito e acessibilidade na volta às aulas
Nossa equipe entrou em contato com as secretarias municipal e estadual
de Educação e as escolas particulares da Capital. A seguir apresentamos
as informações fornecidas pelos órgãos governamentais e pelas escolas
Autonomia e Escola da Ilha. As demais escolas contatadas não retornaram a
tempo com informações à Redação.
Volta às aulas
Na rede municipal de ensino de Florianópolis as aulas iniciaram no dia
10 de fevereiro em escolas, creches, núcleos de educação infantil (NEIs)
e núcleos de educação de jovens e adultos (EJA). Este ano, na Educação
Infantil, serão atendidas 10.334 crianças em 78 unidades, sendo 6.804 no
período integral, das 7h às 19h, e 3.530 em período parcial. Já no
Ensino Fundamental, que possui 36 unidades, foram realizadas 11.505
rematrículas e 3.049 novas matrículas.
Na escola Autonomia as aulas retornaram na quinta-feira, 18, para seus
770 alunos. Na Escola da Ilha, com 420 alunos, o retorno será no dia 22
de fevereiro, segunda-feira.
Na rede estadual, as aulas iniciaram quarta-feira, dia 17 de fevereiro,
com calendário unificado em todo o Estado. O ano letivo para os 665.777
estudantes começou com a distribuição, nos primeiros dias, dos novos
uniformes e kits de material didático ecologicamente correto. Um grande
contingente de estudantes é aguardado pelos 39.226 educadores que atuam
nas diversos níveis de ensino (fundamental, médio, profissional e de
jovens e adultos).
Prevenção de engarrafamentos e acidentes no acesso à escola
A prefeitura aplica o programa "educação de trânsito", desenvolvido em
conjunto com a Guarda Municipal, com distribuição de cartilhas com o
Monatran - Movimento Nacional de Educação no Trânsito. O manual, com 30
páginas, traz trechos das legislações específicas, informações
importantes sobre direitos e deveres relacionados aos idosos e às
pessoas com deficiência, bem como dicas sobre os tipos de deficiência e
de como relacionar-se com essas pessoas.
O acesso às escolas municipais e estaduais costuma ser menos
congestionado do que nas escolas particulares. Isto se deve ao fato de
que grande parte dos estudantes da rede pública mora nas cercanias das
escolas, realizando o trajeto diariamente a pé ou de bicicleta. Os
estudantes que moram em bairros distantes de sua escola utilizam, em sua
maioria, a rede de transportes públicos.
Já na rede particular, a realidade é outra. A quantidade de veículos
particulares utilizados é bem maior, levando aos engarrafamentos em suas
vias de acesso principal. Em função disso, a Escola da Ilha aconselha
aos pais a virem a pé, quando moram perto da Escola ou a utilizarem os
meios de transporte coletivo. Para aqueles que vêm de carro, a escola
sugere que procurem estacionar nas ruas adjacentes, para evitar os
congestionamentos na entrada e saída dos alunos. A Escola da Ilha tem um
estacionamento dimensionado para o número atual de alunos, e quatro
vagas de embarque e desembarque, conforme as exigências da Prefeitura.
A Escola Autonomia costuma oferecer orientações, durante a Reunião de
Acolhida aos Pais que antecede ao início das aulas, sobre os portões de
acesso, os locais adequados para manobras e os locais corretos para se
entrar e sair de carro. Segundo a Coordenadora de Comunicação, Ana Paula
Rosa Querne, "muitas são as medidas que tomamos para facilitar o
trânsito. Além da conversa de orientação com os pais, pedimos também
paciência, uma vez que nos primeiros dias (como a maioria traz seu filho
de carro) o transito é intenso, o estacionamento fica lotado, a rodovia
de acesso fica engarrafada... Também enviamos a todos os pais uma
correspondência com informações e orientação". A principal medida a ser
respeitada para facilitar o trânsito é que o acesso à escola Autonomia
deve ser feito pela Rua Salvatina Feliciana dos Santos, localizado entre
a FIESC e a WR-DESIGN (antiga LUMINAR). Isto já evita o
congestionamento na via principal do Itacorubi.
Uma idéia interessante defendida pela direção da escola Autonomia é a
carona compartilhada: "é uma prática dos pais que sem dúvida contribui
muito para a melhoria do trânsito. Aqui na Escola Autonomia é muito
comum famílias que moram próximas dividirem caronas", afirma Paula.
Inovações para melhorar a mobilidade e a acessibilidade para portadores de necessidades especiais
A cada ano as escolas de Florianópolis trazem melhorias no acesso,
mobilidade e acessibilidade. Segundo a Secretaria de Educação do
Município, "todas as obras ultimamente executadas nas unidades
educativas municipais têm sido contempladas com elementos de
acessibilidade, tais como rampas de acesso, portas com metragem adequada
à passagem de cadeirantes, corrimãos, banheiros adaptados, pisos
podotáteis, entre outros, sendo que os projetos das unidades novas vêm
observando as exigências legais de acessibilidade".
É o caso das unidades recém construídas, como a Escola Básica Brigadeiro
Eduardo Gomes - Campeche, Escola Básica João Gonçalves Pinheiro - Rio
Tavares, Escola Desdobrada Adotiva Liberato Valentin - Costeira do
Pirajubaé, Núcleo de Educação Infantil Armação do Pântano do Sul e
Núcleo de Educação Infantil Ingleses, bem como a Creche do Rio Vermelho e
a Escola Básica dos Ingleses, ambas em construção.
Já com relação aos prédios existentes, várias ações têm sido
desenvolvidas, com o intuito de suprir ou pelo menos amenizar a falta de
condições de acesso dos cidadãos a todos os ambientes educativos.
Nesse sentido, em convênio com o Ministério da Educação, a Creche Vila
Cachoeira, do Saco Grande, a Escola Básica Mâncio Costa, de Ratones, e a
Escola Desdobrada Adotiva Liberato Valentim, da Costeira do Pirajubaé,
foram contempladas com a construção de acessos rampeados, instalação de
corrimãos, pisos e faixas-guia e a Escola Básica Almirante Carvalhal, de
Coqueiros, com banheiro adaptado. E nas intervenções realizadas e em
realização com recursos próprios, o Núcleo de Educação Infantil Raul
Francisco Lisboa, de Santo Antônio de Lisboa, recebeu rampa de acesso e
banheiro adaptado e a Escola Básica Beatriz de Souza Brito, do Pantanal,
ampla rampa de acesso.
Em alguns casos, para atender situações em que não há possibilidade de
rampas de acesso, estão sendo instalados elevadores para acesso ao
pavimento superior. É o caso da Escola Básica Antônio Paschoal Apóstolo,
do Distrito de Rio Vermelho, onde a instalação do elevador foi objeto
de financiamento do Governo Federal, através do MEC/FNDE. Também serão
instalados elevadores nas escolas Osvaldo Galupo, do Morro do Horácio,
José do Valle Pereira, do bairro João Paulo e Anísio Teixeira, da
Costeira do Pirajubaé, que se encontram em obras de reforma e ampliação.
Atualmente, encontra-se em execução, em ação conjunta com a assessoria
da Universidade Federal de Santa Catarina e a empresa Arquidesc, autora
dos projetos, intervenções em 10 escolas, como parte do programa Escola
Acessível, através do qual o governo Federal repassa dinheiro
diretamente às unidades escolares, para execução de obras de
acessibilidade.
O Assessor de Comunicação da Secretaria Municipal de Educação, Ricardo
Medeiros, comenta: "Entendemos que todos esses procedimentos, mais do
que mera observância às referidas normas, retratam a postura política do
Município em garantir, ainda que paulatinamente, os requisitos de
acessibilidade aos espaços públicos para pessoas com deficiência."
As escolas particulares Autonomia e Escola da Ilha têm rampas de acesso
para deficientes, conforme exigido em lei, mas não prometem novidades no
âmbito da mobilidade e da acessibilidade para 2010.
Bicicletários
Embora não seja uma norma, aproximadamente 68% das unidades escolares
municipais de ensino fundamental dispõem de bicicletários em suas
dependências.