Duplicação no Pantanal - Professor da UFSC defende criação de comissão para solucionar falhas no projeto

12/04/2012

Para Lino Peres, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, obra deve ser discutida abertamente com Prefeitura e comunidade 

Não será fácil a solução do imbróglio que envolve a duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira, no bairro Pantanal. Após a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vetar a liberação de 18 mil metros quadrados do campus estudantil para que a obra seja realizada, a Prefeitura de Florianópolis reagiu com fortes críticas à entidade. A pressão sobre a UFSC aumentou após a Prefeitura divulgar na íntegra o projeto que detalha as mudanças a serem feitas na área, assolada por intermináveis engarrafamentos. 

O projeto em questão, no entanto, é justamente o motivo para o Conselho Universitário da UFSC ter vetado a cessão do terreno. Isso porque, segundo especialistas em mobilidade urbana e professores ligados à entidade, o projeto desenhado em 2003 está defasado e não solucionará o problema da falta de mobilidade na região central da Ilha de Santa Catarina. "Estamos envolvidos nisso há mais de dez anos, desde a prefeitura da Ângela Amin, quando não havia recurso para a realização do projeto", explica o professor Lino Peres, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, que completa: "Essa é uma proposta recuada da proposta original".

Políticos envolvidos com a duplicação não aceitaram a explicação dada pelo Conselho Universitário e reagiram. O Vice-Prefeito e Secretário de Transportes, Mobilidade e Terminais, João Batista Nunes, classificou como irresponsável a recusa da UFSC em ceder o terreno, enquanto o Deputado Estadual Marcos Vieira (PSDB) declarou que pretender criar um projeto de lei que obrigue a universidade a devolver a área requisitada ao Estado. Especialista em Sistemas Inteligentes de Transporte e professor de engenharia e controle de automação na UFSC, Werner Kraus Júnior rebateu as acusações: "Não estamos em guerra com a Prefeitura, o que queremos é um projeto mais consistente".

Segundo Lino Peres, o próximo passo a ser tomado é formar uma comissão de especialistas que irá analisar o projeto da Prefeitura e contribuirá com sugestões para solucionar os pontos falhos. "Essa mudança precisa ser discutida abertamente", diz o professor de arquitetura. "A universidade não vai se negar a ajudar a solucionar a questão, mas é obrigação da Prefeitura assumir seus compromissos". Ainda de acordo com Peres, a ideia é que a própria Prefeitura apresente um ou mais especialistas para fazerem parte da comissão, juntamente com pessoas ligadas à universidade. "É preciso ver se a Prefeitura está disposta", finaliza. 

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