Portadores de necessidades especiais buscam superar dificuldades no transporte público em Florianópolis

28/02/2012

A Lei de Acessibilidade garante aos portadores de necessidades especiais o direito de utilização dos espaços com segurança e autonomia, inclusive no transporte público. Apesar de ter sido criada em 2000, só recentemente a Lei 10.098 passou a ser respeitada pelas empresas de transporte, que agora correm contra o tempo para adequarem-se às normas federais. Até 2014, toda a frota nacional de veículos públicos e seus respectivos terminais deverá ser adaptada para que os portadores de necessidades especiais possam utilizá-los.

Atualmente em Florianópolis existe pouco mais de 100 ônibus adaptados circulando pelas ruas, cobrindo 47 linhas. Tais veículos possuem elevador para o auxílio de cadeirantes - operado pelo cobrador ou pelo motorista do ônibus, que recebem treinamento prévio, além de cintos de segurança especiais e espaço interno adequado. Os ônibus adaptados podem ser identificados pelo selo que identifica portadores de necessidades, colado na parte frontal do veículo.

De acordo com o levantamento realizado pela reportagem do MObfloripa, a empresa Transol é a que possui mais veículos adaptados no momento: são 44, com previsão de chegada de outros 15, até o começo de março. Isso representa aproximadamente 1/3 do total da frota da empresa. A empresa Canasvieiras conta com 41 ônibus adaptados, dentro de um total de 148, enquanto 24 dos 120 veículos da Insular estão dentro das normas da Lei de Acessibilidade. Procurada, a empresa Estrela não atendeu à reportagem.

Segundo Anelise de Oliveira, da Associação Florianopolitana de Deficientes Físicos (AFLODEF), o número de veículos adaptados circulando na cidade ainda não é suficiente. Para amenizar a questão, a Associação costuma estabelecer uma "ponte" entre os cadeirantes e as empresas de transporte público, solicitando mudanças de horários e novas linhas à medida que os portadores de necessidades fazem os pedidos. De acordo com a AFLODEF, as empresas costumam atender às solicitações com agilidade.

Para Silso Brandão, cadeirante e responsável pela oficina da AFLODEF, o maior problema no transporte público adaptado em Florianópolis é justamente a falta de opções na questão dos horários: "Tem linhas que você precisa pedir com antecedência à empresa", relata, antes de completar: "Outra complicação é só poder ir um cadeirante por vez em cada ônibus". A questão da segurança, por outro lado, foi aprovada por Brandão, que elogiou ainda a paciência demonstrada pelos demais passageiros enquanto o cadeirante entra no veículo com a ajuda do elevador.

Conheça a seção dedicada aos portadores de necessidades especiais do MObfloripa.

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